Luiz Guilherme Elias Cavalcante foi condenado a 30 anos e 6 meses de
reclusão pelos homicídios da namorada, Laiz Santiago, e do pai, Luiz
Gonzaga, ocorridos no dia 25 de agosto de 2012. A sentença é do
presidente do 1º Tribunal do Júri de Goiânia, juiz Jesseir Coelho de
Alcântara, que seguiu condenação do conselho popular realizado nesta
quarta-feira (19).
Como agravante ao duplo homicídio, os jurados consideraram que o
acusado utilizou de meio cruel para matar as vítimas. Ambos os corpos
apresentaram sinais de esgorjamento, ou seja, quando há um corte
profundo na garganta, quase separando a cabeça do corpo da vítima. Os
dedos do pai e da namorada estavam martelados. Havia também sinal de
luta corporal nas vítimas e várias facadas pelo corpo.
O acusado chegou a confessar o crime, mas alegou que não se lembrava de
nada, nem, sequer, de alguma discussão com as vítimas. Ele também não
soube detalhar como foram mortos, nem o que fez após os homicídios. No
depoimento, ele atribuiu a conduta ao uso de drogas e de álcool no dia
do crime, que o deixaram “alucinado”. Por várias vezes, ele riu com
deboche durante a oitiva das testemunhas e, mesmo diante do anúncio da
sentença de condenação, transpareceu cinismo.
Ao fazer a dosagem da pena, o magistrado levou em consideração a atitude
de frieza do réu. “A personalidade do réu é preocupante, pois demonstra
frieza, quando, em juízo, falou sobre os fatos cometidos. Sua conduta
social está fora dos padrões da normalidade, posto que mantém o costume
de ingerir bebidas alcoólicas e fazer uso de entorpecentes. Ainda, o
laudo psicológico atesta que o réu não tinha relação forte com pessoa
alguma, caracterizando-se sua conduta antissocial”, afirmou o
magistrado.
A defesa alegou que teria havido uma discussão entre pai e filho e que a
namorada tentou intervir, e acabou morta. Contudo, para o Jesseir, a
motivação do crime também não favorece o acusado. “O réu não demonstrou
arrependimento, pelo contrário, após cometer o delito, ele ainda
frequentou a casa com os corpos das vítimas, distribuindo facas no sofá e
pichações nas paredes. O comportamento das vítimas não contribuiu para o
desfecho dos fatos, pois Luiz Gonzaga era um bom pai para o réu, e Laiz
mantinha um bom relacionamento com ele”.
Entenda o crime
Luiz Guilherme e Laiz namoravam havia cerca de um mês. No dia do
crime, testemunhas viram os dois bebendo num bar, por volta das 22
horas, e afirmam que o rapaz estava bastante alterado, batendo na mesa e
falando alto. Cerca de 40 minutos depois, eles se dirigiram à casa
dele, onde estava seu pai, Luiz Gonzaga de Souza Calvacante, e
continuaram bebendo. Em seguida, Luiz Guilherme cometeu os homicídios.
No dia seguinte, a mãe de Laiz ligou para Luiz Guilherme à procura da
filha, momento em que alegou tê-la deixado em um ponto de ônibus, para
que fosse a uma festa na cidade de Trindade. Desconfiada, a mãe da
vítima pediu que seu ex-marido fosse até a casa do namorado da filha
para verificar a situação. Ao chegar no local e encontrar o portão
aberto, o homem acionou a polícia, que chegou minutos depois e encontrou
os dois corpos. Alguns repórteres que estavam no local informaram aos
policiais que Luiz Guilherme havia publicado, em uma rede social,
mensagens que levavam a crer que ele era o autor do crime. A polícia,
então, patrulhou a região e prendeu o acusado no dia 28 de agosto, numa
mata perto de Senador Canedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário